Uma pesquisa global mostrou uma em cada três pessoas está
desnutrida e que essas condições, aparentemente opostas, coexistem em muitos
países
Por Da
redação
De acordo com o Relatório
Global de Nutrição 2016, divulgado nesta terça-feira, 44% dos países enfrentam
níveis muito severos de subnutrição e obesidade. (Reprodução/VEJA/VEJA)
O mundo está
passando por uma crise de desnutrição impulsionada principalmente pela
obesidade. De acordo com o Relatório Global de Nutrição 2016, divulgado nesta
terça-feira, 44% dos países enfrentam níveis muito severos de subnutrição e
obesidade.
Ao contrário
do que muitas pessoas pensam, os autores ressaltam que a desnutrição se
manifesta de muitas formas e é definida pelo não atendimento das necessidades
nutricionais do indivíduo. Pessoas com problemas de crescimento e
desenvolvimento são consideradas desnutridas. Aquelas com sobrepeso ou com
excesso de açúcar no sangue, sal, gordura ou colesterol também.
“Uma em cada três pessoas sofre de
desnutrição”, afirmou Lawrence Haddad, copresidente do grupo responsável pelo
estudo e investigador associado o International Food Policy Research Institute.
Segundo a
pesquisa, que já está em sua terceira edição, quase metade das mortes dos
menores de cinco anos no mundo se deve à desnutrição, que, junto com regimes
alimentares inadequados, constitui o primeiro risco para a saúde pública. Por
outro lado, o número de crianças com menos de cinco anos com sobrepeso se
aproxima da quantidade das raquíticas.
“Vivemos em um
mundo onde ser desnutrido é clichê e isso é totalmente inaceitável”, disse
Lawrence Haddad, coautor do estudo, à rede britânica BBC.
De acordo com
o levantamento, financiado por entidades públicas e organizações filantrópicas,
enquanto a obesidade aumenta em quase todos os países, a desnutrição persiste
nos lugares mais pobres. Isso significa que, se não houver uma atuação mais
enérgica, a meta de acabar com a desnutrição até 2030 não será cumprida.
O estudo
assinala que ao menos 57 dos 129 países analisados apresentam altos níveis
tanto de desnutrição – principalmente no atraso do crescimento e anemia – como
de obesidade e excesso de peso nos adultos. Além disso, 20 deles enfrentam um
problema triplo com altos níveis de desnutrição, anemia e obesidade. Apenas
China, Vietnã e Coreia do Sul não apresentaram problemas sérios com qualquer um
destes indicadores.
Felizmente,
sete países fizeram progresso na batalha contra a desnutrição e foram
elogiados pelos autores. Foram eles: Nepal pela redução do número de crianças
raquíticas, Suriname por menos crianças abaixo do peso, Jamaica pela diminuição
da quantidade de crianças obesas, Peru pela redução da anemia feminina e
aumento da amamentação, Nauru por menos adultos com sobrepeso (IMC acima de
25), Coreia do Norte pela diminuição na quantidade de adultos obesos (IMC acima
de 30), e Israel pela redução do diabetes em adultos.
Diante destes
resultados, os pesquisadores pediram uma ação mais efetiva do poder público e
mais investimentos na luta contra a desnutrição.
Postar um comentário
Blog do Paixão